Já não sei onde estou há algum tempo.

Esta coleção de imagens é essencialmente um exercício acerca de percepção e contexto.
 Ainda não as consigo decifrar completamente mas reconheço nelas uma ideia principal, inata ao produto final da minha produção: trazer o interior para o exterior. E ainda mais que isso conseguir materializar a distância entre os dois. Mostrar novas perspectivas através do familiar.

Nas imagens as figuras passeiam pela casa do meu avô, onde habitam.
O trabalho concentra-se em três máscaras bordadas à mão entre Bolonha e o Porto. Sempre traduzi o bordado como uma forma de concentração (por mais distintivo que pareça), como a única forma de filtrar a informação exterior para restar apenas o que importa.

Elas dançam entre limiares e vivem onde me é familiar.

São bordadas, o bordado mede o tempo. É nele que as horas que passam ganham formas concretas. O Tempo são milhões de pontos individualmente bordados.
Espaço vivo necessita de ação e portanto estas criaturas devem viver no quotidiano, no familiar. Só assim é que se tornam na ponte entre as duas realidades.